segunda-feira, 30 de julho de 2007

Uma página para ela

Quando a vi pela primeira vez, foi em uma recepção.
Achei-a diferente de todas.
Mas austera e ao mesmo tempo mais suave.
Senti uma bela sensação ao fitar seus belos olhos.
Em seu sóbrio, porém elegante vestido verde, combinando
com os matizes azul-esverdeado de seus olhos, apresentou-se
a mim como um quadro de algum famoso pintor da renascença.
Estávamos em um vasto salão, magnificamente ornado com flores
e frutas. Pessoas elegantes evoluiam pelo ambiente como
pássaros a gorjearem. Viam-se sorrisos distribuídos por todos
que ali aportavam.
A noite estava linda, o céu era todo estrelas, não tinha nuvens,
tudo era belo.
Os anfitriões nos convidaram, para um outro ambiente.
Passamos para o jardim, de onde assistiríamos diversos tipos de
apre4sentações artísticas. Aproveitei esse momento para ficar
postado a beira da piscina em um ângulo de onde pudesse vê-la.
Ela estava conversando com outras pessoas da qual formávamos
um grupo. Pude bem observar sua expressão, ao falar, ao ouvir
e ao sorrir. Ora ela estava alegre, ora tristonha e meditativa.
Seu sorriso era delicado e suave. Em alguns instantes notei em
seus semblante um ar de melancolia. Fiquei a meditar...
que será que lhe vai n'alma? Que será que se esconde por trás desses
belos olhos? Parece tão só! Porque?
Para saber o que se passa terei que me aproximar e perguntar.
Abstive-me de falar, para poder na semi-obscuridade deleitar-me a
contempla-la. É tão bela de maneiras finas, parece uma rainha.
Sim ela tem porte de rainha. Poderei fazer desaparecer em seu
semblante esse ar melancólico? Só em pensar desse modo, senti um
inefável bem estar. Houve uma transformação em mim, por que onde
existiam cinzas, o sopro de uma cálida e reavivante brisa fez
nascer uma pequenina chama, que pouco a pouco foi tomando forma.
Não será uma crepitante fogueira de chamas desordenadas, qual um
incêndio, mas sim, o fogo brando de uma lamparina. Essa luz que
ansiamos quando nos sentimos em trevas.
Sim! Senti essa luz, essa chama que tanto procuro, e só ela com
esse ar despretensioso pode dar-me.
Ela aquiesceu ao meu toque de mão, então saímos de mãos dadas
em busca do futuro.

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