segunda-feira, 25 de agosto de 2008

A "bendita" paz dos homens

Me pediram para escrever algo sobre a paz.
Mas escrever o que? Se em qualquer parte do globo temos conhecimento que é a palavra
mais proferida e infelizmente a mais diferenciada por interesses escusos.
Meu amigo falemos em paz, na paz. Procuremos a atenção de todos, vamos agitar sobre a paz, depois disso, vamos continuar nossos afazeres e deixar a corrente do rio passar sob a ponte.
Não tenhas duvidas meu rapaz, a paz é na realidade um grande problema, se ela acontecer
vai nos tirar o apoio que podemos dar aos beligerantes, e com isso nossos lucros fenecerão.
Deixaremos de vender armas, de negociar ilusões ligadas as ambições desmedidas,
perderemos uma infinidade de mercadorias, e com isso nosso saldo murchará.
É melhor esqueceres a paz do modo que imaginas, por que tambem a vendemos, e com
isso nossos lucros são fabulosos.
-Meu caro falei em paz, e me vens com história de lucros e vendas? E ainda porcima
insinuas que vendes a paz?
-Não posso crer em tamanha sandice ou desumanidade.
Rapaz és deveras ingênuo, eu não insinuei, eu afirmo, eu vendo a paz.
Pois é aí que os negocios florescem.
Paz, querida paz, como te amo, sem você eu não teria meu belo iate, e os outros objetos
caros e maravilhosos que possuo, e poderei vir há possuir por sua causa.
-Não! Isto não pode ser verdade. Não acredito que tudo que possuis possa ser atribuido
a venda da paz.
Rapaz, porque continuas com essa lassidão mental? A paz é o melhor produto de venda
do mundo. Veja bem descerra esta venda de teus olhos, pois vejo que jamais olhastes o
mundo como ele realmente é. Não sejas alienado.
Preste atenção, desde que o mundo passou para o dominio humano a paz sempre foi um
grande negocio. Os lucros auferidos são altissimos, e logicamente existia e existe um preço
pago a cada tipo de paz.
-Meu Deus, isto é cruel, como cada tipo de paz, a paz é uma só.
Não meu amigo, estais enganado. Temos pacotes de paz. Tipo armistício de vinte-e-quatro,
quarenta-e-oito horas e assim por diante, até pouquissimas horas, depende do preço.
-E as vitimas, os civis, mulheres, crianças e os velhos?
Rapaz, são vitimas advindas das negoçiações, são meros escolhos em nosso percurso que
são contornados sem prejuizos para nós. Afinal o prejuizo pode e deve ser deles,
meteram em suas cabeças que suas convicções são certas. Cantam sobre liberdade,
patriotismo, solo sagrado, religiões e outras coisas do genero, são totalmente loucos.
Desse ponto em diante nós entramos, procuramos ajuda-los por trás dos bastidores.
Incentivamo-lhes, lógico que a cada um, que sua causa é a certa, entram em conflito,
o sangue jorra, e correm novamente a nos chamar.
Entramos em negociações com as partes beligerantes. Temos conhecimento que chegarão
a um acordo, mas isso acontecerá quando suas bolsas estiverem vazias. Enquanto isso
cobramos o máximo que pudermos.
Sinto muito em dizer-te, ficamos felizes por essa convulsão entre eles.
Quando nos chamam querem comprar de tudo, desde as melhores armas, até a bendita paz.
Meu rapaz, repito, somente a paz, a nossa paz que é vendida, é a que deve ser solicitada,
é a que convem ao ser humano.
Para que não penses que sou um empedernido mercenário, espero que um dia o seu genero
de paz tambem aconteça. Afinal o mundo é grande, há lugar para tudo e para todos.
Mas, repito mais uma vez, viva a paz, e que seja a minha paz, ela é mais benfaseja e lucrativa,
por que meu rapaz a sua paz, a paz que tu imaginas, a paz de Jesus Cristo, que Ele pregava,
é uma paz inócua, e a paz dos mortos, não tem valia alguma para quem vive neste mundo.
Para terminar meu rapaz, vou dizer-te algo que jamais esquecerás.
A paz dos homens, é a paz que traz a morte, é uma paz que só é válida quando envolve com
seu manto milhares de pessoas e ouro muito ouro para uns poucos homens de negocios.
Está sim, é verdadeira paz, então viva a paz, a nossa bendita e aurifera paz.

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