Procurei quando criança em uma árvore um ninho de pássaros, queri ve-lo de perto
e saber como era feito. Assim, como todo menino travesso, subi em uma frondosa
mangueira que existia no terreno de minha casa. Como toda criança quase sempre
desastrada, encontrei o ninho, vi dois filhotes de passarinho, toquei em um e
o outro caiu ao chão. Fiquei apavorado, sabia que tinha feito algo de errado,
desci rápido e fui pegar o pequenino filhote para devolve-lo de volta ao ninho.
Ao pega-lo e coloca-lo na palma de minha mão, senti que o passarinho arfava há
procura de ar. O tombo do galho onde se encontrava lhe havia prejudicado com
gravidade. Nada eu poderia fazer para ajuda-lo. O filhote com desmedido abrir
do bico e sem ar, caiu inerte na minha mão. Senti-me triste por ter causado
aquele mal. Pensei que Deus um dia iria castigar-me por aquele insulto a uma
criaturinha tão frágil. Hoje me veio ao encontro essa visão dolorosa, ao olhar
a minha garotinha frágil como um passarinho, deita naquela cama de ferro de
um hospital, ofegante a procura de ar. Chorei, pedi perdão a Deus por Tê-lo
ofendido. Orei para que Ele não permitisse que ela sofresse, que fosse
complacente, não a castigasse por minha causa. Vi naquela menina inerte a figura
de meu pardalzinho caido do ninho. Voltei a chorar, chorei comop jamais havia
chorado em toda minha vida, ao ter a certeza que mais uma vez eu não poderia
ajudar. Então entrei em um vácuo, senti-me a cair desordenamente. O corpo ficou
exausto e a mente exaurida. Pela primeira vez senti a dor irreparável de uma perda.
Neste sentimento, vi que um ciclo majestoso de minha existência tinha acabado de
passar. Senti uma imensa dor.
quarta-feira, 28 de abril de 2010
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