O sol se pôs.
A caminho de casa olhando a paisagem que desfila diante de meus olhos,
vejo as luzes dos outros carros que cruzam por nós.
No ônibus em que viajo, a maior parte dos passageiros conversam,
outros lêem, alguns preferem dormitar. Eu escrevo. Porque?
Para que? A quem eu escrevo? Não sei, e nem saberei dizer.
Volto a escrever, o ônibus sacode, a caneta corta o papel qual uma
navalha rompendo a pele de alguém. Assustou-me com esse pensamento.
Volto a olhar para fora, a janela está aberta, sinto o vento silvar
nos meus ouvidos, sinto o vento dizer-me quão pequeno eu sou.
Paro de escrever e medito. Pergunto-me porque isso? Sou feliz ou infeliz?
Triste ou alegre? Também não sei dizer. Retorno a escrever. Olho para o céu,
vejo as estrelas tão miudinhas, tão longínquas. Pergunto-me novamente
porque isso? -É uma infinidade de questionamento.
Meu espírito é forte ou fraco? Saberei enfrentar a vida com dignidade?
Fracassarei no que comecei ou conseguirei transpor os obstáculos?
Medo! Não, não o sinto, ao contrario, sinto uma calma infinita, como se
alguém superior esteja velando os meus passos. Tenho sono, sinto uma moleza,
mas não é cansaço. Sinto um langor extremo, quero dormir. Sinto que se eu
dormir, quando acordar estarei melhor, e tudo que faz parte da minha vida
também. Tento analisar esta situação, mas não sei como fazer.
Não tento comparar-me a outra pessoa, porque sou homem, e um homem não pode
ser comparado, sou um indivíduo (como dizia meu avô), sou único.
Sei que existem muitas idéias que estão que estão em acordo e desacordo
com o ambiente em que vivo. Regras tenho que seguir por dever a Deus e a
sociedade.
Sinto que dormi, mas, não entendo, vejo que rabisquei uma centena de palavras.
Enfim, volto a olhar para fora do carro em movimento, olho o meu reflexo
mo vidro da janela, algo me diz que agora irei compreender o que está
acontecendo.
Descobri que alguém acredita em mim.
Eu pelo meu lado da mesma forma, acredito em outro ser vivente como eu.
Depositei fé e esperança, e isto nos da uma força imensurável.
Não podemos ser uma ilha cercada de gente por todos os lados, sem ter uma
embarcação ou uma ponte que nos leve para o outro lado.
Esse outro lado é o amor, bendito amor, que nos leva acreditar que a vida
é bela. Que a esperança é uma passarela que atravessamos tendo fé.
quinta-feira, 2 de agosto de 2007
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