quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Passarela da vida

Em pleno carnaval, me dei conta que desfilo na passarela da vida,
com minha fantasia feita de sonhos.
Vejo que a realidade esta além do que pensei viver e ter vivido.
Porém penso que além, aquém, são meras palavras colocadas em
frases organizadas no vocabulário da sociedade, para lhes dar uma
nota naquilo que chamam sucesso.
Podemos considerar que o status é dado a beleza material.
Na cronologia das notas, a beleza distraída que nada assimila,
pensa apenas no gozo e na paixão descontraída, leva a nota mais
alta. A beleza madura. Que tem uma visão critíca, recebe uma
nota mais baixa do que merece. Mas que fazer, porque criticar?
A beleza espiritual, que vê no poder do amor a saída para um
mundo melhor, como nota, recebe a inveja e o ódio. Pois os que
nada tem na alma, são os que julgam e acham que são possuidores
do direito de fazer sucumbir o amor. Tirando da vida a solidariedade.
Vejo alguém se aproximar, com um papel na mão, e falar, eis a sua
nota. Quanto tento ver a nota que recebi... Sinto-me sendo sacudido,
estava dormindo, estava sonhando. Sonhei com esse desfile.
No centro da passarela tudo era brilho, havia muita luz.
Mais ao fundo sombras, muitas sombras, e um grande salão, em cada
parte do salão muitas pessoas, todas a rirem, com suas notas na
mãos. Todos fantasiados. Os palhaços pulavam e cantavam uma
medíocre canção, com estranho estribilho, onde a tragédia era pura
emoção. - Ódio e ira, que bom, só a morte tira.
Alegria e tristeza, vamos sentar que é boa mesa.
Sofrimento e dor, talvez seja bom, porque dai nasce o amor.
Amor e morte, quando acabar, vão dizer que lindo consorte.

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