Uma amiga muito cara, perdeu um filho em um acidente de trânsito.
Disse-me que é um tipo de dor que jamais será olvidada.
Queria saber se eu teria alguma idéia, porque um jovem na plenitude da vida merece uma morte trágica.
Se alguma vez escrevi sobre a morte. Fiquei a pensar em suas especulações. Como poderei responder
a sua pergunta, sobre o merecimento de uma morte fatídica. Nada que eu venha a pensar, vai me ajudar
a esclarecer a respeito. Lembrei-me que ela já se apresentou a mim tres vezes. Me recordo vivamente
da ultima vez, quando o carro capotou no alto da serra e quase fui embora.
Tenho na memória, ter pensado que tudo estava acabado, naquele momento, a vi muito próxima.
A sensação que tive foi de uma paz infinita. O carro foi para o lixo, eu nada sofri.
Partindo desse ponto e do momento que estou vivendo, me sinto bem de corpo e alma.
Me sinto rei e vassalo da natureza que ora me cerca e envolve.
Deglutindo um bom vinho tinto, ouvindo boa musica do tipo romanesca, tentarei explanar como me sinto
a respeito de sua majestade a morte. Em tempo, não sou necrófilo e jamais pensei em suícidio, amo
essa minha vida.
Sabemos que no momento da fecundação, quando o óvulo recebe o esperma, da-se o começo da grande
saga da vida, e é neste momento que a morte aparece, e passa fazer uma constante vigília a este novo
ser. Ela se apresenta como se fosse uma vestal, aguardando sua chamada para o ritual da transmigração,
onde ela como grande sacerdotisa presedirá o cerimonial.
Ela já vem grudada em nós como se fosse um código de barras. Creio mesmo que neste código já
vem estampada a validade do tempo de permanência na terra.
Com qual epíteto posso apresenta-la? Não sei! Vilã, ou como uma casta donzela que se empolgou com
a vida, ao sentir o chamado da carne, onde tudo poderá ser permitido e dependendo de nossas atitudes,
seremos condenados ou perdoados. Repito, não sei.
Creio que ela deve variar de indivíduo para indivíduo, de caso para caso, cada qual com suas sensações,
desejos e necessidades de perda ou alívio. Nessa hora ela pode ser uma deusa do bem ou do mal.
Trágica ou sublime, dilacerante ou amenizante, martirizante ou caridosa... e por ai vai, uma infinidade de
cores e matizes. Jamais poderemos é tirar-lhe o cetro de deusa, de ser avassaladora, como não poderia
deixar de ser, inexóravel.
Ela iguala toda humanidade, poderosos, ricos, pobres e miseráveis, são seus vassalas, querendo ou não.
Ela não é feia ou bonita, trágica ou sublime. Ela é apenas fantástica e imorredoura.
Ela é única, ela é a morte.
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
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