terça-feira, 10 de julho de 2007

Ao Longe


Bem longe está o tempo que a conheci.
Bem longe está aquela garotinha de transas, magrinha,
com riso franco e o rosto pintado por sardas.
Bem longe está o tempo em que nada nos preocupava,
apenas brincávamos.
Agora! Porque chora? Ainda não sabe?
Você cresceu menina, cresci também.
Tudo a nossa volta mudou, você não vê?
Já penso como homem, estou agindo como homem.
Que pena não sou mais criança.
E você?
Também mudou, a flor desabrochou,
o botão que era, em bela rosa se tornou,
e de rosa em mulher se transformou.
E agora? Descobriu porque chora?
Você cresceu menina, cresci eu, não pode imaginar?
Não... não poderia ser assim , neste instante somos
adultos, e encontramos a realidade da vida.
Aquele mundo no qual brincávamos de viver,
mundo de fadas e príncipes encantados como em
um passe de mágica infantil evaporou.


H²O

Aqui estou divagando, mirando o infinito com olhos que um
dia serão finitos.
Procurando o dia de uma noite sem eco.
Sentido o hidrogênio sem oxigênio. Fazendo uma viagem sem fim,
sem nada encontrar em volta de mim.
O que passou, passou. Tenho alguma culpa?
Fiz eu algo de mortal que venha a merecer a pena capital?
Não sei... não sei...
Tudo é vazio entorno de mim. Um dia fui rei e senhor, apoderei-me
de teu corpo, apossei-me de tua mente e estraçalhei o teu amor.
Amo-te ainda?
Sim, tenho certeza que é amor o que sinto por ti.
Como homem deixei de existir, pois já nada sei sentir.
Virei barro, de pedra me tornei.
Para voltar a ser o que era antes, tenho que ser hidrogênio e
tu oxigênio.
Só assim poderei fluidíficar e sair pelo mundo a correr e gritar
que ainda sei te amar.

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