terça-feira, 10 de julho de 2007

O Sino

Bate um sino!
É tão estranho ouvi-lo na cidade grande, no meio fervilhante de pessoas apressadas.
O ronco dos motores, as preocupações cotidianas, o trabalho, a rudeza da vida.
O azáfama do progresso, do desenvolvimento, não permitem as pessoas escutarem
o sino que bate, bate e bate.
Anuncia ele 18:00 horas, término de um dia, principio de uma noite.
Ele badala pelas horas de trabalho que passaram, pela agitação da vida, pelo amor,
pela dor e morte.
O sino bate, quebra um silêncio inexistente nesta grande cidade, mas que existe
em minh'alma.
Ninguém ouviu o sino bater, ou aparentam não tê-lo ouvido.
Eu ouvi, e isso basta!
Eu senti cada vibração de seu badalar, senti saudades do tempo de menino.
Senti saudades das missas dominicais, das Santas Missões, das festas
paroquiais.
Senti que o tempo passou, senti-me como se vivesse uma eternidade desde
aquela época.
E agora velho e alquebrado, sem forças e sem luz, em um mundo estranho
que ninguém conhece, onde não existe sentimento, um mundo terrível.
Não há dor, também não há carinho, não há lágrimas, também não há o amor.
Mais uma vez o sino bate, é o seu ultimo badalar, desperto de meu sonho.
Em que mundo eu estava? Era tudo incolor.

Nenhum comentário: