terça-feira, 10 de julho de 2007

Vida... Liberdade

Os pombos saltitavam na aléia, por onde, poucos minutos atrás,
haviam passado crianças brincando, e comendo suas guloseimas.
Ao lado da aléia a grama verde rebrilhava ao sol.
Mais além, à sombra de um arbusto, um preto velho, cantarolando,
arrumava seus parcos pertences em uma trouxinha.
Como pode um homem viver assim, sem casa, família e trabalho?
Como pode uma pessoa cantarolar sabendo que é um paria?
Como pode um ser que vive sem dinheiro para as coisas indispensáveis
na vida um ser viver cantarolando? perguntas que vieram de imediato
a minha mente.
Respostas talvez a tenha, mas devem ter uma razão muito
simples de ser, e por ser simples não a podemos ver.
Parece-me que para ele a vida é a liberdade de ir para onde desejar
sem dar satisfação a quem quer que seja.
Que a vida para ele é similar a vida dos pombos que se contentam
com as migalhas caídas dos viandantes. Ou ainda que a vida não
passa de uma brincadeira de petizes nos parques e jardins.
Para ele talvez as pessoas que correm apressadas para o trabalho
refletindo nas faces seus anseios e preocupações, não passam
de uns pobres diabos acorrentados ao deus dever.
Por isso, ele canta, por saber que as maquinas e tudo o mais,
não passa de efêmeras ilusões, que levam os homens a destruição
e ao caos.
Sim, para o preto velho cantar no parque a sombra amiga de uma
árvore é a certeza de que o mundo é seu.
Que tem o sol para aquece-lo, que a noite tem o banco do parque
como leito, e o céu e as estrelas como teto.
Amizade, fortuna e amor!
Creio que ele deve ter a amizade dos pássaros, a fortuna de ser livre,

e o mais importante, o amor a Deus e a vida, e de Deus por ele.

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