Marabô o Eremita, convidou-me para em sua choupana fumarmos nossos cachimbos afim de sentirmos
o aroma do tabaco mesclado com baunilha. Disse-me ele: vamos espargir o olor de nossas fumaças pelo
espaço ao sabor do vento. Enquanto isso acontece, podemos fazer nossas palavras esvoaçarem pelo
ambiente, formando ecos de um som carente de ouvidos.
Vamos correr nossa visão pelo que nos cerca, e avaliar os obstáculos que conseguimos superar.
O primeiro passo é rever o controle de qualidade de nossos atos, onde erramos por sermos
benevolentes e da mesma forma por termos sidos tiranos. É escusado se furtar às ações que foram
tomadas, pois são elas que deram e darão seguimento ao nosso caminhar.
Após esse intróito do Eremita, pensei, o negocio hoje vai ser bom, ele vai passar um rolo compressor
por cima de mim. Depois rir das minhas decisões, vai mostrar-me quão pateta eu fui em tantas ocasiões.
Ele irá dar-me a nota mais baixa que um aluno da vida pode receber. Com aquele olhar penetrante e
benévolo, disse, fale-me sobre o conceito de vida.
Fiquei a pensar, dizer o que? Bem não há outro jeito, tenho que expor meus pensamentos. Comecei:
O conceito de vida entrelaçado de sentimentos nos parece um bolo mesclado de ingredientes, por isso
um tanto difícil de ser administrado. Procuramos uma forma que seja eficaz, descobrimos então na forma
de uma panaceia, termos tudo que nos falta, aí nos enganamos na dosagem do gerenciamento.
Ficamos atônitos, onde errarmos, onde aplicamos uma ação que nos deixou em situação crítica?
Tinha tudo para dar certo, simplesmente errarmos e erramos feio.
Queremos sempre acertar, e mostrar que as decisões que tomamos foram as melhores possíveis na
ocasião, porém pecamos, por orgulho e arrogância. Pecamos por não termos tido um pouco de
paciência e humildade.
Muito bem, retrucou Marabô, vamos adiante continue.
Lá fui eu, tremendo como um bambu ao vento. Tentarei elucidar uma falta de qualidade que está a nossa
volta, que nos faz pecar por olvida-la, não aceitar a opinião, ou melhor dizendo ouvir de alguém que
nos está próximo, por estar ao nosso lado, está afeita a nossos problemas e a situação que nos
propomos criar. A vaidade nos põe a perder. Há casos que sentimos e vemos uma falha no projecto,
somos advertidos ou informamos a quem de direito, mas essa criatura ou nós, nos refutamos a aceitar
um julgamento mesmo sendo superficial, por orgulho, vaidade e amor próprio, ou quem sabe por sermos
idiotas mesmo. Pensamos que daremos um jeito quando for necessário, principalmente quando estamos
cientes que existe uma grande possibilidade de erro, ledo engano.
O preconceito de acatar uma opinião alheia nos deixa a deriva, e mais uma vez perdemos.
Marabô o Eremita, mirou-me, e falou com aquela voz grave e melodiosa, homem, creio que você começa
a entender o que é a vida, o porque das dificuldades que se arrastam por esse mundo.
Vou dispensa-lo por hoje e dar-lhe uma nota. Já que você pediu uma avaliação, dou-lhe sete.
Abraçou-me, e falou, vamos em outro dia continuar com nossas palestras.
Agradeci-lhe, fiquei a pensar, nessa qualidade de palestra sou apenas um aluno, fraco aluno.
Contudo estou feliz, tenho um bom mestre. Ele fica atento as minhas palavras para poder corrigir as
minhas falhas. Sei que um dia estarei um pouco melhor do que sou hoje.
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
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