Perguntei ao meu amigo Marabô o Eremita, de que modo ele concebia a palavra conquista.
Como ele via o homem que se embrenha na selva da vida para encontrar um lugar que de
certo modo ele dirá, este posto é meu porque o conquistei.
Marabô pegou seu cachimbo, olhou-me e ao provir o fornilho de tabaco, expressou-se da
seguinte maneira: - Grande é a vitória do homem quando ele consegue ser respeitado,
idolatrado, mistificado, odiado e até amado. Melhor ainda quando ele parte do nada.
Mas isso só acontece quando ele nada teme. Quando tem certeza que tudo que faz, bem
ou mal, ele o faz com todas as suas forças. Seus erros e acertos são somente seus, não
transfere temores a outros, assume total responsabilidade a tudo que toca.
Sabe que a vida é transitória, que transitório será o seu poder. Pos isso enfrenta a tudo
e a todos, até a concretização de suas aspirações. O Eremita dá uma pitada em seu
cachimbo, olha a fumaça se volatizar, e continua: - A comodidade serve para todos, porém
ação e realização cabe para um numero reduzido de homens.
Por não saber qual será o nosso fim, por não poder imaginar qual será o nosso ultimo dia
de vida, se breve ou distante, milhares de pessoas se deixam levar pelo cotidiano, não
desejando enfrentar e derrubar as cadeias que os prendem, e assim perecem em vida,
se arrastando qual refugiados na estrada da vida, a procura de uma ajuda que estará
cada vez mais distante, pois suas forças e desejos estarão minados pelo peso de seus
medos e fraquezas. É preciso tentar, tentar sempre, em todos os momentos, a cada
minuto nutrir o espírito com fome de mudanças e realizações, até que isso venha
acontecer. Isso se chama conquista.
E a conquista é a forma de expressar o amor a vida, melhor ainda quando ela é voltada
para o bem. -
Terminado o seu discurso, Marabô o Eremita olhou-me e perguntou se havia entendido,
se eu tinha percebido que o homem vive em eterna procura. Sempre encontra algo que
pode até ser o que não desejava, mas quase chega perto e até consegue materializar o
seu ideal. Algumas vezes irônicamente proporciona a outrem continuar a sua busca.
Marabô o Eremita, tinha cabado de dar-me mais uma aula. Levantou-se de seu banco
de pedra, apontou para o fogão e lá fui eu por a chaleira no fogo e passar um café bem
forte. Após a cerimonia do café, abraçou-me, com um até breve nos despedimos.
Sabia ele que eu voltaria aquele lugar inúmeras vezes para aclarar a minha mente.
terça-feira, 3 de junho de 2008
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